Os Necessários Homens para o Nosso Tempo - Samuel Suana


“E tu, dentre todo o povo procura homens capazes, tementes a Deus, homens de verdade, que odeiem a avareza; e põe-nos sobre eles por maiorais de mil, maiorais de cem, maiorais de cinquenta e maiorais de dez” Ex 18.21


Recentemente comemoramos o Dia do Homem. Creio que todos nós, do gênero masculino, ficamos felizes por tal lembrança. Cremos ser necessário pensar sobre a categoria, até porque, quase todos os projetos humanos, contam com a participação direta ou indireta dos homens. Esses foram criados por Deus para “administrar o Jardim” e promover os interesses divinos na terra.
É verdade que, quando olhamos para o cenário à nossa volta, percebemos que isso não foi feito exatamente como o Bondoso Deus havia planejado. Por causa da entrada do pecado na história humana, o princípio de autoridade ficou comprometido e muitos males começaram a fazer parte do cenário.
Os homens se tornaram ferozes, violentos, desumanos e com pouco senso de gentileza e sensibilidade. O homem ficou menos em todos os sentidos e, naturalmente o projeto divino não foi realizado a contento; ficou pelas metades e muitos particulares, nem vieram à existência. Ainda assim, o Bondoso Criador continuou pensando em Sua criatura e desejando que seja resgatado para tomar parte em Seus planos.
Creio que a vinda do Segundo Adão (Jesus) – além de providenciar salvação eterna para a humanidade – visava também resgatar o Homem ao Padrão Original; Deus deseja que, o homem seja plenamente Imago Dei, imagem de Deus. Isso só é possível, quando a soberba natureza pecaminosa for quebrada e a graça se tornar operante nos corações de carne.
O texto supracitado, refere-se ao momento mosaico e as grandes necessidades para a condução de aproximadamente 3.000.000 de pessoas para uma terra desconhecida. Eram muitos desafios e dificuldades, e o sábio Jetro deu a preciosa recomendação, que até hoje é parâmetro para os que são responsáveis pela liderança do povo de Deus.
Deus queria, para fazer parte da equipe de Moisés, homens excelentes. Alguns escolhidos à dedo em quem repousasse a bênção da autoridade divina que estava sobre o líder libertador. Deus queria que fossem escolhidos homens capazes, tementes a Deus, verdadeiros e que não fossem amantes do dinheiro. Quatro qualidades especiais deveriam marcar aqueles homens. Quatro qualidades também podem marcar os homens de hoje.
Primeiramente os homens que Deus procura precisam ser maduros. Maturidade é qualidade de quem cresceu e em quem há caráter formado a partir dos valores da Palavra de Deus. Os imaturos sempre dão problemas; os maduros sempre ajudam a solucionar problemas. Os homens não podem reagir como crianças, que muitas vezes são motivadas por caprichos e interesses egoístas. Precisam ser responsáveis, persistentes e não fugir da batalha. Precisam abraçar o projeto e, dessa forma, irem até o fim.
Em segundo lugar os homens procurados por Deus e necessários ao nosso tempo devem ser tementes a Deus. Precisam ser pios (contrário de ímpios), devem reverenciar a Deus e submeter-se às suas orientações. Temer a Deus é a qualidade daqueles que se preocupam com Deus ao tomar decisões, ao praticar ações e ao pronunciar palavras. A regra é: Deus será louvado com esse meu comportamento?
Verdadeiros é a qualidade dos homens que Deus procura para a realização da sua obra. Essa terceira qualidade tem a ver com o falar a verdade, mas muito mais do que isso, agir com verdade. Homens assim não são falsos, não possuem duas caras, são fiéis no cumprimento de seus compromissos. Suas palavras concordam em gênero, número e grau com suas ações. São homens que parecem o Segundo Adão – comprometidos com a verdade. É bom lembrar que o “pai da mentira” é o grande adversário de Deus e do homem.
Por fim e em quarto lugar, os homens necessários não podem ser avarentos. Não podem ser amantes do dinheiro. São pessoas cuidadosas que fiscalizam as motivações do coração. Entendem que o “dinheiro é um bom servo, mas um péssimo patrão”. Esses tais precisam se descolar da tendência recente do materialismo, considerando que a realização plena está em Deus e no viver para a Sua glória.
Que o Senhor nos ajude a sermos assim. Que nossas famílias e igrejas possam nos ver como exemplares; não por aquilo que falamos, mas por aquilo que somos. Não pelos hinos que cantamos ou pelas pregações que fazemos, mas pelas qualidades especiais de nosso caráter. Soli Deo Glória!


Samuel Suana, é Pastor da OBPC  de Pindamonhangaba,  Superintendente do Vale do Paraiba e escritor da JUNEC

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