Um Reanimador de Corações




Há uma história maravilhosa registrada na Carta que Paulo escreveu para o seu companheiro Filemom.
 Esse companheiro era um distinto homem da igreja cristã primitiva; além de tocar seus negócios, também dirigia uma igreja no recinto de sua casa. Ele possuía um funcionário (por nome Onésimo), ou melhor, escravo, pois naquela época assim era legitimada as relações trabalhistas: o funcionário também fazia parte do patrimônio do empresário.
De acordo com informes da carta, esse escravo furtou algo de seu amo (patrão) e fugiu. Tempos depois, Paulo – preso por causa da pregação do Evangelho – o encontra na prisão. Não sabemos exatamente qual foi a razão que o levou à prisão, se cometeu outros crimes, ou se foi encontrado pela polícia romana como fora da lei. O fato é que, como companheiro de sela, o apóstolo pode pregar o Evangelho da Graça à esse perdido pecador.
Nas muitas conversas, Paulo ficou sabendo de sua procedência. Ficou espantado quando soube que Onésimo era escravo de Filemom. Aquele empresário que tinha o direito de posse do escravo fugitivo. Paulo resolveu realizar uma dupla missão. Evangelizar o criminoso e promover a reconciliação entre o ofendido e o ofensor. Certamente o furto e fuga de Onésimo trouxe prejuízos materiais para Filemom. Por essa razão, o “Prisioneiro de Cristo” se coloca como interlocutor para pacificar relacionamentos.
É interessante que um dos adjetivos dados por Paulo ao querido companheiro de ministério é “Reanimador de Coração” (v. 7 e 20). Parece que esse homem gostava de ver as pessoas vivendo bem com sua afetividade, especialmente cultivando o amor à Jesus e ao próximo com muitos afetos. Aliás o nome Filemom significa “aquele que ama”. Agora tinha que cultivar grande amor para receber de volta seu escravo, bem como para oportunizar sua restauração e reintegração doméstica, bem como para promover seu crescimento espiritual, já que havia sido evangelizado na cadeia.
O ministério da reconciliação foi praticado por Paulo e recomendado a todos os crentes (II Co 5.17-20). Cooperar com as pessoas quebradas e afastadas a juntar os pedaços para voltarem a serem inteiras é obra de Deus. Quem deseja ver os seres humanos “aos cacos” é o Diabo, pois essa é sua missão: “veio para matar, roubar e destruir”, mas Jesus veio para dar vida e vida com abundância (Jo 10.10). O cristão verdadeiro não desenvolve a expectativa de “ver o circo pegar fogo”, mas a de ver pessoas restauradas e fazendo a coisa certa!
Que o Senhor nos ajude no cumprimento de nossa missão: evangelizar, mas também integrar através da pacificação de relacionamentos. 
Um grande abraço 
Pr. Samuel Suana, dirige a igreja O BRASIL PARA CRISTO  em Pindamonhagaba - Superintendente do Vale do Paraiba das igrejas OBPC

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O Trabalho secular e a obra de Deus

Traduçoes da Bíblia pela Sociedade Biblica do Brasil (SBB)

Igreja Cristocêntrica ou Pastorcêntrica?